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Sem Título #017


Houve uma recaída, uma crise.

Se vissem tal cena chamariam uma ambulância que a levaria ao manicômio.

Parecia louca. Era fato.

Chorava compulsivamente. As vezes tão alto que os vizinhos poderiam ter escutado o pranto.

Havia uma vontade pela dor, como se para redimir a culpa. Ou para aliviar outra dor.

Havia um quase grito. Um olhar pela janela esperando o impossível.

Havia um perambular pela casa. Os calçados devem até ter ficado gastos.

Havia lembranças, fragmentos de lembranças. Coisas que não se quer mais. Mas havia, havia tudo, havia demais...

Sem Título #016

Ai eu chego na aula e Fulaninha começa puxar assunto. Um detalhe é que eu nunca tinha conversado com Fulaninha nesses 5 meses que estudamos na mesma turma.
-E ai, já comprou suas roupas brancas?
-Sim.
-Tudo, tudo?
-Sim.
-Ah, eu também, comprei tudo hoje. Como as coisas estão caras menina! Gastei uma nooota! Meu Deus! E como foi difícil encontrar os sapatos!



Silêncio.



Umas das coisas que me irritam (e que não são poucas), é quando alguém me faz uma pergunta com o único objetivo de contar histórias sobre a sua vida, histórias estas, que por coincidência não me interessam. Sério! Eu fico louca e dai o Senhor Irônico que mora na minha cabeça começa a me cutucar, doidinho pra dar uma alfinetada...Mas eu me controlo.

Sem Título #015

" A noite era apenas uma parte do dia.
E assim como se sentia protegida pela luz, podia se sentir protegida pelas trevas. As trevas faziam com que ela invocasse aquela presença protetora. Precisava confiar nela. E essa confiança se chamava fé. A fé era exatamente aquilo que estava experimentando agora, um mergulho sem explicação numa noite escura como aquela. Existia apenas porque se acreditar nela. Assim como os milagres não tinham também qualquer explicação, mas acontecia para quem acreditava neles."

Sem Título #014





"Ás vezes, entramos num caminho apenas porque não acreditamos nele.

Então é fácil: tudo o que temos de fazer é provar que ele não é o nosso caminho.

Entretanto, quando as coisas começam a acontecer e o caminho se revela para nós, temos medo de seguir adiante.

Muitos passam a vida inteira destruindo os caminhos que não desejam percorrer, ao invés de andar pelo único que a conduziria a algum lugar"







Brida, Paulo Coelho

Peso da Desistência

Há quem diga que desistir ás vezes é o melhor caminho a ser traçado. Mentira!
As coisas não são tão simples assim. É claro que existem as mais diversas formas de pensar sobre os mais diversos motivos pelos quais se escolhe desistir, e é claro que ninguém nunca está errado, pois para cada atitude, com resultado positivo ou não, houve um motivo que naquele momento era o mais coerente.
Mas pensando bem, desistir não é o mais coerente a se fazer, nunca, por mais cruel e sangnolenta que a vida esteja sendo com a gente, pois quem carregará o peso das nossas tentativas anteriores para nós? É tudo pesado e grande demais para ser largado assim, no meio do caminho.

Outras pessoas que estejam quase largando tudo no meio do caminho também podem tropeçar nas nosssas tentativas e assim estaremos encorajando mais alguém a desistir. Logo, as consequências da nossa desistência não morre por ali, ela continua por muito tempo no meio do caminho, ajudando cada vez mais pessoas desistirem.

Assim como a gente.

Até que alguém, corajoso o suficiente resolve pegar aquela tentativa para ele, tirá-la do meio do caminho para que mais pessoas consigam seguir.

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