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42!

Você percebe que precisa melhorar suas relações pessoais quando....

Na aula de microbiologia o professor faz uma pergunta à turma.

Silêncio, porque ninguém sabia a resposta.

-Replicação - digo eu, após alguns instantes.

Os colegas ficam olhando espantados. O rapaz da frente vira pra mim e diz:

-Nossa Vanessa, agora você me surpreendeu, hein?

Eu o surpreendi.

Tudo isso porque eu falei na aula.

Sem Título #023





Solenemente sentou-se e começou a pensar. Aquela seria a última vez que ela usaria aquela máquina de escrever.


Escreveu duas linhas. A ponta de seus dedos doiam. Resolveu escrever a próprio punho, isso a livraria da dor. Releu o havia escrito, mas não gostou daquilo. Triste demais, melancólico demais.

Parecia que estava lendo um poema de Álvares de Azevedo. Não era isso o que queria. Passara a vida toda nessa tristeza, nessa melancolia que só 'Lira dos Vinte Anos' poderia descrever. Não era isso o que queria. Queria a alegria, o contraste, a beleza, porque agora ela seria feliz, se livraria dessa face que não gostava, dessa família que só lhe trazia vergonha, de si mesma, que não soubera aproveitar a dádiva que é viver, porque não sabia e porque ninguém a ensinara.

Rasgou o papel com fúria, como quem rasga a própria vida, a própria existência e começou a escrever de novo, como quem pode começar a viver novamente, do nada, numa folha de caderno.

Tentou lembrar-se de coisas boas.

Lembrou-se do dia em que, ainda criança, andou de teleférico em Campos do Jordão. "-Que coisa mais linda! E como esse mundo é grande!" - pensou ao lembrar do o horizonte que vira lá do alto, com aquele brilho que só quem é criança pode ter nos olhos. Estava de alguma forma revivendo aquilo. E assim, lembrou que em sua vida não haviam apenas lembranças ruins, que mesmo poucas, mas haviam coisas que a faziam sorrir por um breve instante.

Fez uma lista de todas pessoas que havia encontrado em sua breve existência e sem querer, percebeu o quanto aprendeu com cada uma delas. Coisas boas. Coisas ruins. Coisas que a tornara melhor. Coisas que a fizera perceber que existem pessoas ruins no mundo. Pessoas que ela ajudou e que ao mesmo tempo a ajudou, fazendo com que ela se sentisse útil.

Não. Sua vida não era só de tristezas, e nesse momento ela estava estava aprendendo a conhecer quem era a tal da vida e descobriu que ela, a vida, não era alguém tão ruim assim. E que ainda que fosse ruim, sabia que valia a pena continuar tentando.

Dobrou o papel e o colocou no mural e seu quarto, junto com as fotos de sorrisos que se tornaram eternos, assim como aquele.

Colocou seu All Star batido, o mp4 no bolso e saiu...

Para ver o pôr-do-sol novamente.

Como ainda faria por muitos e muitos anos.



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Sem Título #022




"Apesar da pouca idade, já conhecia os danos que a solidão era capaz de causar nas pessoas, principalmente quando ficam velhas.

Encontrara pessoas que haviam perdido todo o brilho de viver, porque não conseguiam mais lutar contra a solidão, e acabaram ficando viciadas nela, eram pessoas que achavam que o mundo era um lugar sem glória, que gastavam suas tardes e noites falando sem parar dos erros que os outros haviam cometido.

Eram pessoas que a solidão havia convertido em juízes do mundo, cujas sentenças se espalhavam aos quatro ventos, para quem quisesse ouvir"


Brida, Paulo Coelho


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Sem Título #021



"Tudo se resumia ferozmente em nunca dar o primeiro grito - o primeiro grito desencadearia todos os outros, o primeiro grito, ao nascer desencadeia uma vida, se eu gritasse acordaria milhares de seres gritantes que iniciariam pelos telhados um coro de gritos e horror.
Se eu gritasse desencadearia a existência - a existência de quê? A existência do mundo. Com reverência eu temia a existência do mundo para mim."


Clarice Lispector




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Sem Título #020

Meu oftalmologista é um senhor de 50 e poucos anos. Cabelo branquinho e óculos.

Hoje eu fui lá pra fazer o teste de lente de contato e depois de mais de uma hora esperando e ouvindo conversas de idosos na sala de espera, chegou minha vez.

Entrei na sala e aquela coisa de sempre, cumprimenta, e enquanto prepara as coisas pra fazer os procedimentos ele pergunta no que eu trabalho:

-Ah, tô desempregada agora.
-Ah tá...Trabalhava com o quê?
-Com vendas, numa empresa.
-Hum. Então, seu grau não aumentou, viu. E você pode usar lente gelatinosa mesmo, sem problemas.
-Ahããm.


Dai na mesinha de procedimento:

-Você trabalha no quê?
-Então, tô desempregada.
-Hum...mas trabalhava com o quê?
-Com vendas


De volta pra mesa dele pra anotar as informações:

-Hum. Qual sua idade?
-Tenho 19.
-Quando fizer 21 você pode operar. Sabia disso, né?
-É, o senhor me disse da outra vez.
-Trabalha no quê?
-Como eu disse, eu estou desempregada, sabe?
-Ah...

Dai entra o secretário dele

-Com licença, Doutor, o retornodo Sr Zezinho é pra marcar pra quando?
-Ué, mas eu disse pra ele.
-Ah, é que ele não se lembra...
-Hum, é pra daqui a 10 dias, eu disse isso pra ele.
-Ah, obrigada.

O secretário sai.

-Esses idosos! Acabou de sair daqui da sala e nem se lembra quando é pra remarcar! Eu falei pra ele que era daqui a 10 dias. Eles esquecem só de andar daqui da sala até a recepção! Essas pessoas de idade tem dificuldade com a memória, né?

Eu que o diga!



Sem Título #019






Tentei moldar a perfeição, tentei uma fábrica de sonhos...

A falha foi que os sonhos foram frustrados.

Tentei construir asas de cera pra voar rumo a dias mais bonitos, mas desisti.

Sei por Icaro que não é uma boa idéia.

Tentei conformar-me e esperar quieta, mas não sei calar, nem em meu erro. Não dá para sufocar o grito desnecessário.

Tantos esforços e depois de tudo me encontro aqui, vazia...

Não sei se foi perda de tempo ou esperança, mas estou disposta a aceitar a verdade.


Sem Título #018

Em uma cidade pequena sigo por uma rua até dar de cara com uma bifurcação em "T"



Viro a direita e ando até encontrar outra bifurcação na mesma forma.

Desta vez, escolho ir para a esquerda;

E assim vou repetindo sucessivamente, só para descobrir até onde consigo chegar.

Um tempo depois acabo entrando numa via grande que não dá para nenhuma bifurcação,

E decido retornar.

O problema é que todas as vias que antes eram bifurcações, transformam-se em simples entradas laterais irreconhecíveis.

"Isso é misterioso! Deve haver um truque", pensava eu em minha boba infância enquanto era obrigado a perguntar o caminho de volta pra casa.

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Construir ou Plantar

"Os construtores podem demorar anos em suas tarefas, mas um dia terminam aquilo que estavam fazendo. Então param e ficam limitados por suas próprias paredes. A vida perde o sentido quando a construção acaba.

Mas existem os que plantam. Estes ás vezes sofrem com as tempestades, as estações e raramente descansam. Mas ao contrário de um edifício, o jardim jamais para de crescer. E, ao mesmo tempo que exige a atenção do jardineiro, também permite que para ele, a vida seja uma grande aventura.

Os jardineiros se reconhecerão entre si - porque sabem que na história de cada planta está o crescimento de toda a terra"


Brida - Paulo Coelho


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Sem Título #017


Houve uma recaída, uma crise.

Se vissem tal cena chamariam uma ambulância que a levaria ao manicômio.

Parecia louca. Era fato.

Chorava compulsivamente. As vezes tão alto que os vizinhos poderiam ter escutado o pranto.

Havia uma vontade pela dor, como se para redimir a culpa. Ou para aliviar outra dor.

Havia um quase grito. Um olhar pela janela esperando o impossível.

Havia um perambular pela casa. Os calçados devem até ter ficado gastos.

Havia lembranças, fragmentos de lembranças. Coisas que não se quer mais. Mas havia, havia tudo, havia demais...

Sem Título #016

Ai eu chego na aula e Fulaninha começa puxar assunto. Um detalhe é que eu nunca tinha conversado com Fulaninha nesses 5 meses que estudamos na mesma turma.
-E ai, já comprou suas roupas brancas?
-Sim.
-Tudo, tudo?
-Sim.
-Ah, eu também, comprei tudo hoje. Como as coisas estão caras menina! Gastei uma nooota! Meu Deus! E como foi difícil encontrar os sapatos!



Silêncio.



Umas das coisas que me irritam (e que não são poucas), é quando alguém me faz uma pergunta com o único objetivo de contar histórias sobre a sua vida, histórias estas, que por coincidência não me interessam. Sério! Eu fico louca e dai o Senhor Irônico que mora na minha cabeça começa a me cutucar, doidinho pra dar uma alfinetada...Mas eu me controlo.

Sem Título #015

" A noite era apenas uma parte do dia.
E assim como se sentia protegida pela luz, podia se sentir protegida pelas trevas. As trevas faziam com que ela invocasse aquela presença protetora. Precisava confiar nela. E essa confiança se chamava fé. A fé era exatamente aquilo que estava experimentando agora, um mergulho sem explicação numa noite escura como aquela. Existia apenas porque se acreditar nela. Assim como os milagres não tinham também qualquer explicação, mas acontecia para quem acreditava neles."

Sem Título #014





"Ás vezes, entramos num caminho apenas porque não acreditamos nele.

Então é fácil: tudo o que temos de fazer é provar que ele não é o nosso caminho.

Entretanto, quando as coisas começam a acontecer e o caminho se revela para nós, temos medo de seguir adiante.

Muitos passam a vida inteira destruindo os caminhos que não desejam percorrer, ao invés de andar pelo único que a conduziria a algum lugar"







Brida, Paulo Coelho

Peso da Desistência

Há quem diga que desistir ás vezes é o melhor caminho a ser traçado. Mentira!
As coisas não são tão simples assim. É claro que existem as mais diversas formas de pensar sobre os mais diversos motivos pelos quais se escolhe desistir, e é claro que ninguém nunca está errado, pois para cada atitude, com resultado positivo ou não, houve um motivo que naquele momento era o mais coerente.
Mas pensando bem, desistir não é o mais coerente a se fazer, nunca, por mais cruel e sangnolenta que a vida esteja sendo com a gente, pois quem carregará o peso das nossas tentativas anteriores para nós? É tudo pesado e grande demais para ser largado assim, no meio do caminho.

Outras pessoas que estejam quase largando tudo no meio do caminho também podem tropeçar nas nosssas tentativas e assim estaremos encorajando mais alguém a desistir. Logo, as consequências da nossa desistência não morre por ali, ela continua por muito tempo no meio do caminho, ajudando cada vez mais pessoas desistirem.

Assim como a gente.

Até que alguém, corajoso o suficiente resolve pegar aquela tentativa para ele, tirá-la do meio do caminho para que mais pessoas consigam seguir.

Sem Título #013

Sentia-se presa
Não aquela prisão constituída por quatro paredes, nem aquela que não se pode sair do portão pra fora.
Sua prisão era outra. Era aquela de quem não pode dizer algo simplesmente por esse algo não ser dizível, era uma prisão de quem se acorrenta em seus próprios medos por achar o mais conveniente a se fazer, e depois, não consegue se soltar.
Era uma prisão de quem tem que carregar consigo a culpa que não lhe pertence.
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Sem Título #012



Sem Título #011

Sabe se sentindo um lixo? Prazer, essa sou eu!
Vontade imensa de colocar uma mochila nas costas e um bilhete na porta da geladeira dizendo que talvez eu volte.
Vontade na verdade de fugir das pessoas, dos problemas, dessa vida que eu não gostaria que fosse minha. O que é um pouco contraditório porque eu estou exatamente onde eu sempre quis estar, onde eu lutei para chegar e consegui, e agora eu descobri que talvez não seja isso que eu quero, tarde demais.
A parte mais difícil de tudo nessa vida e saber o que realmente nos faz feliz, porque isso dói, dói muito porque antes de saber o que nos agrada temos que experimentar de tudo, até mesmo as coisas ruins, que só descobrimos que são ruins depois de sentir o gosto amargo, que às vezes custa ate sair da boca. Isso nos deixa com uma cara feia, de constante tristeza. E só sai completamente quando experimentamos algo doce.
Algumas pessoas são julgadas por nunca dar um sorriso, ou dizer uma palavra de conforto com certa doçura, mas o que acontece na verdade, é que o gosto amargo de uma situação permaneceu na vida dela e ela parou de buscar por algo doce, talvez pelo medo de tentar e novamente encontrar algo tão amargo quanto o gosto que já está em sua boca. Isso sim dói.
Esse é um problema meu, eu tenho medo de tentar outra coisa que me tire o gosto ruim e me deixe com os lábios doces novamente. Eu sou medrosa e todas as vezes que segui adiante foi com medo e dizendo que eu não conseguiria, mas sempre seguindo, e quando eu vejo, pronto, já cheguei. Perdi a parte que mais me seria útil nisso tudo, o percurso, enquanto eu poderia estar analisando as pedras do caminho e conhecendo-as pra da próxima vez que fizer aquele caminho elas serem menos duras, eu fiquei lamentando e dizendo que não conseguiria. E só no final de tudo eu me lembro de uma coisa que li por ai, que o mais importante em uma grande viagem não é o destino, é o caminho que temos que percorrer até chegar.

Sem Título #010

"-Uau! Se eu fosse hetero eu daria em cima de você!"
[Sorriso meio sem graça]
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Sem Título #009

" -Ah, seu cabelo não é mais lindo desse mundo, mas ó...é bonitinho sim"

Plaft! Tapa na cara, essa doeu... mas eu supero, sim, eu supero!!!

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O Social só se explica pelo Social

 
Enquanto os demais estudos procuravam explicações para as atrocidades sociais em outros ramos que não tinha ligação nenhuma com o social, como, por exemplo, os sociólogos italianos da escola de Pareto que pretendiam explicar o suicídio a partir das variações de temperatura, comparando as taxas de suicídio no Norte e no Sul da Itália, Durkheim só admitia “comparar e explicar um fato social por um outro fato social[1]. Neste caso, o suicídio só pode ser explicado em função das influências da sociedade sobre os indivíduos.
Utilizando um termo próprio, Durkheim considera o fato social como “coisa” e define esta coisa como qualquer modo de ação que seja capaz de exercer um constrangimento externo sobre os indivíduos.
A ‘coisa social’ explicíta a separação da ciência natural da ciência social. A ação humana e a natureza passam a serem estudadas separadamente para explicar cada uma suas próprias adversidades.
A ordem social não faz parte da natureza, portanto não pode ser derivada das ‘leis da natureza’, pois esta ordem existe como produto da atividade humana. Embora nenhuma ordem existente pode ser derivada de dados biológicos, a necessidade da ordem social enquanto tal provém do equipamento biológico do homem. Embora os produtos sociais tenham seu caráter das atitudes humanas, a exteriorização enquanto tal é uma necessidade, “a inerente instabilidade do organismo humano obriga o homem a fornecer a si mesmo um ambiente estável para sua conduta[2].
O fato natural só esteve presente no início, e ainda assim, incompleto, como causa de uma ordem social, e depois se retirou, deixando lugar para a ordem social pura como causa de si própria.
O social e o natural são coisas distintas e incomunicáveis, seus objetos de estudo são da mesma essência, no entanto, são intercambiáveis, só podendo-se explicá-las dentro de suas próprias e determinadas ordens.
Estudar cada caso de suicídio separadamente é um caso que não convém à sociologia, no entanto, estudar a soma de suicídios cometidos em determinado espaço de tempo por determinada sociedade constituiu no principal material de estudo e no encontro de uma explicação social da ”coisa”.
No caso do estudo do suicídio, a partir do Positivismo, em primeiro lugar, deve-se estudar a variação da ocorrência do suicídio no tempo e espaço; Em seguida, comparar os casos de suicídio encontrados em diferentes momentos da sociedade e em sociedades diferentes; E por fim, baseando-se nos dados obtidos, procurar uma explicação social para a ‘coisa’, no caso, o suicídio.
Primeiramente, Durkheim compara as taxas de mortalidade-suicídio com a taxa de mortalidade geral e depois essas taxas em outras sociedades e conclui que os suicídios são “num grau bem mais alto que as taxas de mortalidade pessoais a cada grupo social do qual elas podem ser vistas como um índice característico[3].
Conclui-se, então, que as taxas de suicídio constituem, portanto, numa ordem de fatos único e determinado, é o que mostra, ao mesmo tempo, sua permanência e sua variabilidade. “Já que esta permanência seria inexplicável se ela não se devesse a um conjunto de caracteres distintos, que apesar da diversidade das circunstâncias ambientes se afirmam simultaneamente; e esta variabilidade testemunha a natureza individual e concreta destes mesmos caracteres, uma vez que variam como a própria individualidade social[4].




[1] Durkheim, 1986.
[2] Durkheim, 1986

[3]Três fórmulas de compreender “O Suicídio” de Durkheim, Ricardo Rodrigues Teixeira.
[4] Berger e Luckman, 1974.

(Texto dedicado aos meus queridos portugueses que são 90% dos acessos desse blog).

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Sem Título #008


Mania de me machucar.
Eu sei que o que tem pra me dizer vai me doer até a alma, mas me conte. Odeio não saber.
Me machuque por favor, cuspa a verdade na minha cara, me faça sentir aquele aperto que você também conhece, mas não me deixe pensar que não sei. Nunca!
Me deixe sem chão, sem ar, sem tudo, sem nada, mas deixe a verdade em minhas mãos.
Prefiro ficar sem nada do que ficar sem a verdade, quero-a crua, acabando com o que resta da minha sanidade.






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O Meio Natural não Influencia o Meio Social


O Positivismo, como se sabe, foi criado por Auguste Comte após a morte de Clotilde Vaux, sua amada, em 1846. Clotilde foi canonizada e se constituiu objeto de culto dessa religião. Enquanto as outras religiões cultuam um Deus imaterial e onipotente, o Positivismo tem como seu único Deus, a sociedade.
Comte acreditava que “a sociedade era uma totalidade orgânica passível de ser conhecida[1] e, ao mesmo tempo, acreditava que a história dessa sociedade como a realização de formas concebidas como estágios necessários de um progresso, cuja teoria estaria formada a partir de uma ‘física social dinâmica’. Esta ‘fé-fundante’, ou seja, a concepção religiosa a respeito da sociedade refletiu posteriormente em um dos mais importantes filósofos: Emile Durkheim.
Na concepção de Durkheim, a sociedade é “uma realidade distinta das instituições e dos indivíduos, que não podem existir sem ela[2]. É a forma da coletividade que determina as ações individuais, as quais possuem uma autêntica consciência coletiva.
É importante ressaltar que Durkheim fez parte de uma família de rabinos. Apesar de ter se interessado pelo estudo das religiões e produzido um coerente trabalho sobre o assunto, nunca se envolveu com o Positivismo de forma direta e seu estudo é fundado unicamente à partir da sociedade.
Apesar de Comte ter instituído o Positivismo, foi Durkheim quem aplicou a ciência positivista ao estudo dos fenômenos sociais.





[1] Três fórmulas de compreender “O Suicídio” de Durkheim, Ricardo Rodrigues Teixeira.
[2] Emile Durkheim – Le Suicide

Leia mais aqui

Sobre o Suicídio

Ano passado eu concluí o Ensino Médio, e isso não é lá grande coisa, eu sei.
Uma coisa que ainda me resta  é a minha monografia. Pasmem, pra poder conseguir uma prova concreta numa simples folha de ofício de que você se matou de tanto estudar você precisa apresentar essa maldita monografia.

O tema era livre, no entanto, para ser aprovado, deveria ter uma relevância social. O tema que eu escolhi deixou todo mundo meio preocupado, até fiquei sabendo um tempo depois que uma professora fez um certo ‘apelo’ pra turma parar de me excluir tanto e se enturmar comigo, não sei nem como não estranhei fazer tantos amigos assim, do nada, mas enfim.

Na época eu fazia terapia com uma psicóloga e tudo mais, por causa de uma suposta depressão. Qual era meu tema? Suicídio. E aqui vai alguns textos extraído do meu pequeno trabalhinho:


O Suicídio 

O termo suicídio foi utilizado pela primeira vez por Desfontaines, em 1737, sua origem vem da junção das palavras latinas sui= si mesmo e caederes= ação de matar, logo, o suicídio especifíca a morte voluntária podendo ser realizada de duas formas:

Ato: com tiro, envenenamento, enforcamento etc.

Omissão: recusa-se à alimentação, por exemplo.

Para a civilização Romana, a morte não tinha nenhum significado importante, o que realmente importava era morre no momento certo, com dignidade.

Para os primeiros cristãos, a morte equivalia à liberdade, pois a doutrina pregava que a vida era um ‘vale de lágrimas’, logo a morte surgia como um atalho para o paraíso.

O ato é considerado pecado em muitas religiões que utilizam o mandamento “Não matarás” (Êxodo 20.13) como justificativa, o que nos proíbe de tirar a própria vida.

Nos Concílios de Orleans Braga e Toledo, durante os séculos V e VI, as honras fúnebres aos suicidas foram proibidas, e o caso daqueles que não obtiveram sucesso na tentativa deveriam ser excomungados. Assim o suicídio passou a ser considerado um crime que poderia implicar na condenação dos que fracassavam e os familiares destes eram completamente banalizados e discriminados pela sociedade.

Durante o período Renascentista, os suicidas foram de certa forma respeitados, graças ao Romantismo dessa época que fazia com que o suicídio fosse algo ‘aceitável’ de certa forma.

Culminante de uma perturbação psíquica, o suicídio é mais comum entre a puberdade e a adolescência e entre a maturidade e a velhice. Entre os jovens, o suicídio já é a terceira causa de morte, posterior apenas ao acidentes e homicídios.

As mulheres cometem três vezes mais tentativas do que os homens, no entanto, com métodos menos eficazes que estes.

Algumas situações como insucesso no matrimônio, ser solteiro, não ter filhos, não ser religioso, fracasso financeiro e isolamento social podem ser grandes indicadores de risco. 

A criação e a conduta familiar também causam transtornos no indivíduo, assim como chantagens emocionais, agressões, castigos exagerados, abandono afetivo, superproteção e imposição de uma auto-imagem irreal ao indivíduo são as principais causas dos suicídios entre jovens de 15 a 24 anos. A junção destes e outros fatores resultam numa personalidade desorganizada, que durante este período ainda está em processo de formação. O indivíduo sente-se desmotivado e fecha-se em um mundo seu para fugir da pressão de sua realidade. Nesse período, encontram-se mais vulneráveis a ter depressão, no entanto, o auge das crises depressivas caracteriza-se pelo desinteresse e letargia do raciocínio. O indivíduo não se dispõe a nenhuma atividade, nem mesmo o ato de se matar, e a tendência é o suicídio por omissão, que pode ser evitado se descoberto a tempo. 

De uma maneira geral, o suicídio é um algo premeditado, cerca de 90% de quem e mata avisa antes.

(Por Pão Com Maionese)


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Essa vida é minha?

Um dia ela acordou, olhou pro lado e se assustou.
Essa sou mesmo eu? Quem é esse aí do meu lado? Será que eu ainda estou dormindo?
Demorou um pouco pra cair a ficha.
Ela se lembrou que da última vez que parou pra pensar no que era, estava todo fodida e sozinha.
Não tinha ninguém e a única pessoa que via em seu final de semana era um vizinho ou outro no elevador quando ia levar o lixo pra fora. Conversar? Só com os gatos ou com a colega com a qual dividia o apartamento, isso quando ela estava.
Um momento feliz? Quando ela recebia uma mensagem lindinha em seu celular, cujo remetente era aquele que dormia ao seu lado agora, com os longos cabelos espalhados pelo travesseiro e em seu pescoço.
Aí ela entendeu tudo.
Difícil de acreditar, mas aquela era sim sua vida, linda como deveria ser.

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Sem Título #007

Só uma coisinha...

Vai sempre existir alguém melhor do que a gente, sempre. E nesse caso não há exceções, afinal, ninguém é insubstituível.

Até!
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Se Puder Sem Medo

“Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa, a porta entreaberta,
O lençol amarrotado, mesmo que vazio,
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa, eu mesmo silencio,
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar, eu finjo que esqueço,
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir, fechando atrás da porta,
Deixa o que não for urgente, que eu ainda preciso,
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço, qualquer coisa, aviso,
Deixa o que fingiu levar, mas deixou de surpresa,
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora, a dor no coração se expande,
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade, é tudo que me resta,
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor, ao menor vento oscila,
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa.”
(Por Oswaldo Montenegro)

Ás vezes não te dá uma vontade de chorar?
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Sem Título #006

O silêncio continuava.
O único som era o da tua respiração.
E o do seu choro incessável.
O ar cheirava a mofo...e a morte.
O corpo sob a maca continuava intacto.
E ela continuava esperando...
Esperando que algo acontecesse...
A sanidade havia lhe abandonado.
Ela estava perdida
Sua sanidade era a única coisa que possuía e agora estava sem ela
A única coisa que possuía naquele momento
Era aquele corpo frio
E uma lâmina que lhe abria caminhos sangrentos nos punhos
Ela não queria nada além dele
Ouvir-lhe
Sentir-lhe
A pessoa a lhe dar prazer
A sentir teu gosto, teu cheiro...
Cheiro de morte...
A 3 dias exposto
Havia o formol que costumava passar nas borboletas mortas que colecionava
Mas não foi o suficiente
O cheiro estava insuportável
Algo precisava ser feito...
E algo foi feito.....
Precisava pensar rápido
Tres dias já havia se passado
E ela continuava ali
Sem saber o que fazer.
Ouviu passos na escada
Não queriam ser descobertos
Não naquele momento
Algo ainda precisava ser feito...
Deito-se ao lado dele
Aquele que antes lhe aquecia
Agora estava frio,
E cheirava mal
Ouviu uma voz
Que chamava pelo teu nome
Não sabia de onde vinha...mas havia
Choros, gritos e vozes a rodeava
A lâmina correu-lhe o pescoço
As vozes cessaram
Assim como o choro compulsivo
A respiração desapareceu
Apenas o cheiro
Cheiro da morte...

Macacos

“Há bilhões de galáxias que se pode observar no universo. E em cada uma delas contém centenas de bilhões de estrelas. Em uma dessas galáxias, orbitando em uma dessas estrelas, existe um pequeno planeta azul. Este planeta é governado por um bando de macacos, mas esses macacos não pensam em si mesmos como macacos, eles nem se quer pensam em si mesmos como animais. De fato eles adoram fazer listas de coisas que eles acham serem diferentes dos animais: polegares opositores; autoconsciência... Eles usam palavras como Homo Erectus e Australopithecus.
Você diz "to-ma-ti" e eu digo "to-ma-te". Eles são animais, certo?
Eles são macacos.
Macacos com tecnologia de fibra ótica digital de alta velocidade, mas ainda são macacos. Quero dizer, eles são espertos, você tem que aceitar isso.
Construíram as pirâmides, os arranha-céus, os jatos, a Grande Muralha da China. Isto tudo são obras muito impressionantes...Para um bando de macacos!
Macacos cujos cérebros evoluíram para um tamanho ingovernável que agora é insustentável para eles ficarem felizes por muito tempo.
Na verdade eles são os únicos animais que acham que deveriam ser felizes. Todos os outros animais, simplesmente são! Mas não é tão simples para os macacos... Pois os macacos são amaldiçoados pela consciência!
E assim os macacos têm medo, os macacos se preocupam, os macacos se preocupam com todas as coisas, mas acima de tudo se preocupam com o que todos os outros macacos pensam, porque os macacos querem se enturmar desesperadamente com os outros macacos. O que é bem difícil, porque a maior parte dos macacos se odeia. Isso é o que realmente os distingue dos outros animais.
Esses macacos odeiam, eles odeiam os macacos que são diferentes, macacos de cores diferentes, macacos de lugares diferentes.
Sabe, os macacos se sentem sozinhos, todos os seis bilhões deles. Alguns dos macacos pagam outros macacos para ouvir seus problemas, os macacos querem respostas, os macacos sabem que vão morrer, então os macacos constroem os seus deuses e os idolatram, então os macacos começam a discutir quem fez o deus melhor. E os macacos ficam irritados e é quando geralmente os macacos decidem que é a hora certa de começar a matar uns aos outros, então os macacos fazem guerra, os macacos fazem bombas de hidrogênio, os macacos têm o planeta inteiro pronto pra explodir, os macacos não podem fazer nada por isso.
Alguns os macacos tocam para uma multidão vendida de outros macacos, os macacos fazem troféus, então eles os dão uns aos outros, como se isso significasse algo.
Alguns dos macacos sabem de tudo, alguns dos macacos lêem Nietzsche, os macacos discutem o seu ponto de vista sobre Nietzsche, sem dar consideração ao fato de que Nietzsche era só outro macaco.
Os macacos fazem projetos, os macacos se apaixonam, os macacos fazem sexo e então fazem mais macacos. Os macacos fazem música e então os macacos dançam..
DANCEM MACACOS, DANCEM!
Os macacos fazem muito barulho, os macacos têm tanto potencial, se ao menos se conhecessem...
Os macacos raspam os pêlos de seus corpos numa ostensiva negação de sua verdadeira natureza... De macaco!
Os macacos constroem gigantes colméias de macacos que eles chamam de cidades, os macacos desenham um monte de linhas imaginárias na Terra, os macacos estão ficando sem petróleo que movimenta a sua precária civilização.
Os macacos estão poluindo e saqueando o nosso planeta como se não houvesse o amanhã.
Os macacos gostam de fingir que está tudo bem, alguns dos macacos acreditam que o universo inteiro foi feito para o seu próprio benefício, como você pode ver, esses macacos são mesmo confusos.
Esses macacos são ao menos tempo as mais feias e as mais belas criaturas do planeta. E os macacos não querem mais ser macacos, eles querem ser qualquer outra coisa, mas NÃO SÃO!"

(Texto furtado de um dvd apresentado numa aula de geografia do 3º bimestre, ano passado)

Don´t Panic

"O principal problema dos principais problemas, pois são muitos -, um dos principais problemas em governar pessoas, está em quem você escolhe para fazê-lo. Ou melhor, em quem consegue fazer com que as pessoas deixem que ele faça isso com elas.

Resumindo: é um fato bem conhecido que todos os que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso. Resumindo o resumo: qualquer pessoa capaz de se tornar presidente não deveria, em hipótese alguma, ter permissão para exercer o cargo.


Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema.

Então esta é a situação que encontramos: uma sucessão de presidentes galácticos que curtem tanto as diversões e bajulações decorrentes do poder que muito raramente percebem que não estão no poder.


E, nas sombras atrás deles – quem?


Quem ode governar se ninguém que queira fazê-lo pode ter permissão para exercer o cargo?



(De "O Restaurante do Fim do Universo", o segundo livro da série "O Guia do Mochileiro das Galáxias").


P.S: Qualquer semelhança, é mera coincidência, sim, sim, apenas coincidência.
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Sem Título #005

...E se encontrava pensando em coisas tolas
É como se ela não tivesse vida própria desde que o encontrara
Como se a partir daquele momento mágico a sua vida passasse a pertencê-lo.
Não tinha mais vontades, opiniões e nem sentimentos quando ele não estava por perto para alimentar a sua existência.
Sabia o porque de ele tratá-la agora com desdém e frieza. Não fora essa garota que ele conhecera naquela rodoviária, fora uma pessoa que não dependia de ninguém para nada, e era essa pessoa agora que voltava ao mundo.
Ela estava ali parada, a paisagem linda da praça a fizera pensar sobre a vida, agora sem ele...
(Este post estava no meu blog antigo, que eu excluí...)





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Sem Título #004


Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.


Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada porque a pessoa certa faz tudo certinho! Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.



Aí é a hora de procurar a pessoa errada...



A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarema entrega ser 

muito mais verdadeira.


A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono.Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.Vai estar o tempo todo pensando em você.



A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.



Nada aqui é certo!O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, a gindo,querendo,conseguindo...E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo" Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...

A gente fica chateado com as coisas sem saber que isso faz parte, e deve acontecer...
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Sem Título #003

Havia amanhecido e ela tinha que se levantar. Mas sentia-se desconfortável para o mundo naquele dia. As olheiras profundas denunciavam a noite mal-dormida e o sono que conseguira seduzir a muito custo se esvaeceu logo. Não conseguia dormir por causa das suas neuroses diárias: o trabalho, a família, a quase faculdade...Coisa demasiadamente complexa pra sua simples cabecinha sem miolos.


Vira a sua vida passar em cerca de 10 minutos.
Seu nascimento. Seus pais brigando, enquanto ela, ainda criança, chorava na cama, a mãe indo embora de casa puxando ela e a irmã pelos braços para o outro lado da cidade. O pai desacordado após uma quase tentativa de suicídio. Os anos se passando em curtos flashs. A adolescência chegando e com ela a rebeldia. O goticismo. E as noites não dormidas de novo...É, noites não dormidas faziam parte da sua vida. Sempre.


Queria passar o resto dos seus dias ali, sem dormir, sem comer, sem se mexer...Quem sabe a abstinência de alimentos a levasse para longe...


Mas precisava levantar, o mundo não espera você se consertar para voltar a girar...
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